sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Meditar...

A meditação consiste na prática de focar a atenção, frequentemente formalizada por uma rotina específica. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exactamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes. Apesar da associação entre as questões tradicionalmente relacionadas à espiritualidade, a meditação pode também ser praticada como um instrumento para o desenvolvimento pessoal num contexto não religioso.

A palavra meditação vem do Latim, meditare, que significa: voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si. Em sânscrito, é chamada dhyana, obtida pelas técnicas de dharana (concentração).

A meditação costuma ser definida da seguinte maneira:
• um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos;
• prática de focar a mente num único objecto (por exemplo: numa estátua religiosa, na própria respiração, num mantra, numa vela, num mandala);
• uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um poder mais alto;
• análise racional de ensinamentos religiosos (como a impermanência, para os Budistas).

É fácil entermos que as nossas mentes encontram-se continuamente no passado (memórias) e no futuro (expectativas). Com a devida atenção, é possível diminuir a velocidade dos pensamentos, para se observar um silêncio mental em que o momento presente é vivenciado. Através da meditação, é possível separar os pensamentos da parte da nossa consciência que realiza a percepção. É possível obter total descanso numa posição sentada e por conseguinte atingir maior profundidade na meditação e dissolver preocupações e problemas que bloqueiam a mente.

Uma posição possível é a posição de lótus completo, o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita e o pé direito apoiado sobre a coxa esquerda. Outros podem sentar-se em meio lótus, com o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita ou o pé direito sobre a coxa esquerda. Há pessoas que não conseguem sentar-se em nenhuma dessas posições e por isso podem sentar-se como os japoneses, ou seja, com os joelhos dobrados e o tronco apoiado sobre ambas as pernas. Colocando um colchão sob os pés, a pessoa pode facilmente permanecer nessa posição por hora ou hora e meia.

Mas na verdade qualquer pessoa pode aprender a sentar-se em meio lótus, ainda que no início possa causar alguma dor. Gradualmente, após algumas semanas de treino, a posição tornar-se-á confortável. No início, enquanto a dor ainda causar muito desconforto, a pessoa, deve alterar a posição das pernas ou a posição de sentar. Para as posturas de lótus completo e meio lótus convém sentar-se sobre uma almofada, de forma a que os dois joelhos se apoiem contra o chão. Os três pontos de apoio dessa posição proporcionam uma grande estabilidade. Mantendo as costas erectas (factor muito importante), o pescoço e a cabeça devem ficar em alinhamento com a coluna. A postura deve ser recta mas não rígida. Mantêm-se os olhos semi-abertos, focalizados a uns dois metros à frente, mantendo um leve sorriso.
Começa-se por tomar consciência e seguimento na respiração e a relaxar todos os músculos. Concentra-mo-nos em manter a coluna direita. Solta-mo-nos. Abandona-mo-nos inteiramente.

Vinte a trinta minutos é provavelmente a duração típica de uma sessão de meditação. Praticantes experientes frequentemente observam que o tempo de suas sessões de meditação se prolongam com o tempo.

A Meditação pode servir simplesmente como um meio de relaxamento da rotina diária, como uma técnica para cultivar a disciplina mental, além de ser um meio de se obter insights sobre a real natureza ou a comunicação com Deus. Muitos praticantes da meditação têm relatado melhorias na concentração, consciência, auto-disciplina e equanimidade, no equilíbrio emocional e psico-físico.

A Meditação é uma actividade da consciência mental. Envolve uma parte da mente que observa, analisa e lida com o resto da mente.

A meditação pode tomar várias formas: concentração dirigida unicamente a um objecto (interno), a tentativa de compreender algum problema pessoal, a geração de um amor radiante por toda a humanidade, a prece a um objecto de devoção, ou a comunicação com nossa própria sabedoria interior. A sua meta final é despertar um nível de consciência extremamente subtil e utilizá-lo para descobrir a realidade, directa e intuitivamente.

Meditação em tibetano significa "tornar-se familiar". Existem muitas técnicas diferentes de meditação e muitas coisas na mente com as quais devemos tornar-nos familiares. Os melhores resultados normalmente são atingidos quando meditamos num lugar calmo, mas também podemos meditar enquanto trabalhamos, caminhamos, estamos no autocarro ou preparamos o jantar.

Primeiro vamos desenvolver o estado meditativo numa prática formal, sentados; uma vez acostumados, podemos ter um estilo mais livre e ser mais criativos, podendo desenvolve-la em qualquer lugar.

Meditar não quer dizer afastarmo-nos ou fugirmos. Na verdade significa sermos totalmente honestos connosco mesmos, observar bem o que somos e trabalhar com isto de forma a tornarmo-nos mais positivos e úteis, para nós e para os outros. A meta final, a iluminação... custa a chegar. Porém, a meditação quando realizada com este propósito, pode proporcionar muitos benefícios a curto prazo. À medida que a nossa imagem concreta da realidade se atenua, desenvolvemos uma auto-imagem mais positiva e realista e tornamo-nos assim mais relaxados e menos ansiosos. Aprendemos a ter mais expectativas irrealistas em relação às pessoas e às coisas à nossa volta e assim sofremos menos desapontamentos. A vida torna-se mais estável e satisfatória.

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