domingo, 25 de janeiro de 2009

Como é praticar yoga?

Uma prática de yoga inicia-se normalmente com movimentos suaves para despertar o corpo, passando para sequências como a “Saudação ao Sol” que aquecem músculos e articulações e aumentam a resistência física. Em seguida trabalham-se os ásanas, posições do Yoga. A respiração acompanha cada movimento, aumentando a intensidade da prática e mantendo o calor necessário para alongar e alinhar músculos e articulações. A aula termina com o relaxamento e a meditação, colocando-nos num estado de serenidade e bem-estar indescritível.

Existem várias modalidades de Yoga, cada uma enfocando um aspecto mais do que outro. As técnicas mais utilizadas são:
Ásanas: os exercícios físicos que fortalecem o corpo, aumentam a sua agilidade e previnem várias doenças, principalmente as psicossomáticas. Diferentes de outros métodos, os exercícios são feitos respeitando o alinhamento das cadeias musculares e com total consciência do corpo. Assim, não há risco de distensões ou lesões. Além disso, os asanas desbloqueiam áreas tensas que impedem o fluxo da energia vital. Em última análise, as doenças surgem quando esse fluxo não é adequado.

Pránáyáma: são os exercícios respiratórios. No início, eles vão reeducar os músculos envolvidos na respiração ampliando-a e melhorando a absorção do oxigénio. Depois, actuam nas nossas emoções auxiliando-nos a lidar melhor com elas e produzindo um estado de equilíbrio interior. Os pránáyámas também agem directamente sobre a nossa energia, aumentando-a e melhorando sua distribuição pelo corpo.

Yoganidra: aqui, aprendemos a descontrair conscientemente cada músculo e cada parte do nosso corpo. Depois, imaginamo-nos envolvidos por uma cor específica ou passeamos mentalmente por praias paradisíacas, belas montanhas, campos floridos, etc. Tudo isso para que possamos sair da agitação do quotidiano e perceber outras formas de vida com mais tranquilidade. A serenidade advinda desses momentos é deliciosa e permanece por vários dias.

Meditação: meditar é sentar-se quieto e observar-se a si mesmo. Estamos sempre preocupados em conhecer tudo aquilo que está ao nosso redor mas empenhamo-nos muito pouco em descobrir o que acontece dentro de nós: como lidamos com os factos da vida, como pensamos, como sentimos, quais as nossas verdadeiras aspirações. A meditação oferece-nos a possibilidade de nos conhecermos mais profundamente.

O Yoga actua em todos os níveis do nosso ser: físico, mental e emocional. Mas o que torna o Yoga único é o facto de não servir apenas para alongar todas as partes do corpo, mas também massajar os órgãos internos e as glândulas. Ele coordena o sistema respiratório com o corpo físico, relaxa os músculos e a mente, estimula a circulação e aumenta a provisão de oxigénio em todos os tecidos. As costas, peito, sistema digestivo e pulmões são os mais beneficiados pelos exercícios e o resultado é que o processo de enrijecimento devido à inactividade, o cansaço, a postura incorrecta e o envelhecimento é revertido. A prática regular do Yoga garante uma qualidade de vida muito melhor, livre dos efeitos nocivos da correria e da tensão do dia-a-dia.

Mantras (do sânscrito Man mente e Tra alavanca) é uma sílaba ou poema religioso normalmente em sânscrito. Os mantras são oriundos do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo. Os mantras são entoados como orações, repetidos como as do cristianismo. Contudo, diferentemente do cristianismo, não constituem propriamente um diálogo com Deus. O budismo mahayana do Tibete usa mantras em tibetano, o zen-budismo do Japão usa-os em japonês. John Blofeld encontrou em Hong Kong no começo do século XX mantras cuja língua ninguém sabia identificar, e que pareciam uma alteração de um original sânscrito. Alguns psicólogos ocidentais defendem que um mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa. Blofeld observou que não importa a correção da pronúncia: encontrou o mesmo mantra entoado de forma muito diferente em países diversos, e sempre produzindo os efeitos esperados.

Outra explicação seria a mesma usada para o efeito dos mudras: um gesto repetido por tantas pessoas durante tantos séculos que criou um tipo de caminho energético - que podemos chamar de marca no akasha, ou no inconsciente colectivo - que é rapidamente seguido pela psique da pessoa que o executa.

De forma diferente do que muitos pensam, não é necessário acreditar em nada exótico para praticar Yoga e receber os seus benefícios. Tudo o que é necessário é praticá-lo com regularidade e empenho. A constância no Yoga opera verdadeiros milagres no nosso corpo e na nossa vida. Os exercícios são simples e conquistados gradualmente, respeitando o ritmo próprio.

Namaste :) Cris

Sem comentários:

Enviar um comentário