
Em retrospectiva, o yoga entrou na minha vida por volta dos meus sete anos de idade. Não com a prática de ásanas, mas com o início da contemplação. O olhar sem julgo, sem expectativas. O olhar dirigido para o ribeiro. A atenção dirigida no nada da água que escorre, cristalina, por entre os xistos. Ou então, o olhar na linha do horizonte e na comunhão com a imensidão de perceber que era imensamente pequena, frágil e parte do Universo. Penso que mesmo sem saber, terá sido esta a altura, em que comecei a meditar...
Enquanto passeava e brincava pelos montes aprendi também que a energia, no seu estado mais puro, se encontrava ali: no meio da Natureza. Ali respirava-se. Naquele local, que ainda hoje é para mim o lugar onde sei que encontro paz. Foram aqueles os meus momentos iniciáticos, durante os quais, aprendi a amar os elementais da Natureza. Comecei a perceber, que a Natureza, possui o maior dom de todos: o poder da cura e da regeneração.
"(...)
ResponderEliminarEu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr-de-[sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela [dar por isso.
(...)"
Alberto Caeiro