segunda-feira, 10 de março de 2008

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Em retrospectiva, o yoga entrou na minha vida por volta dos meus sete anos de idade. Não com a prática de ásanas, mas com o início da contemplação. O olhar sem julgo, sem expectativas. O olhar dirigido para o ribeiro. A atenção dirigida no nada da água que escorre, cristalina, por entre os xistos. Ou então, o olhar na linha do horizonte e na comunhão com a imensidão de perceber que era imensamente pequena, frágil e parte do Universo. Penso que mesmo sem saber, terá sido esta a altura, em que comecei a meditar...

Enquanto passeava e brincava pelos montes aprendi também que a energia, no seu estado mais puro, se encontrava ali: no meio da Natureza. Ali respirava-se. Naquele local, que ainda hoje é para mim o lugar onde sei que encontro paz. Foram aqueles os meus momentos iniciáticos, durante os quais, aprendi a amar os elementais da Natureza. Comecei a perceber, que a Natureza, possui o maior dom de todos: o poder da cura e da regeneração.

1 comentário:

  1. "(...)
    Eu nunca guardei rebanhos,
    Mas é como se os guardasse.
    Minha alma é como um pastor,
    Conhece o vento e o sol
    E anda pela mão das Estações
    A seguir e a olhar.
    Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado.
    Mas eu fico triste como um pôr-de-[sol
    Para a nossa imaginação,
    Quando esfria no fundo da planície
    E se sente a noite entrada
    Como uma borboleta pela janela.

    Mas a minha tristeza é sossego
    Porque é natural e justa
    E é o que deve estar na alma
    Quando já pensa que existe
    E as mãos colhem flores sem ela [dar por isso.
    (...)"

    Alberto Caeiro

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